segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Incerteza

Ainda não havia completado uma semana que estiveram juntos, ela continuava ali, perto, sempre perto demais. Seu rosto, seus trejeitos, sua risada, sua mania de enrolar o cabelo, era tudo tão preciso que o assustava. Sabia quando ela queria sair, e sempre sabia se ela voltaria ou não. Conhecia sua vida quase que naturalmente, era como se ela já fosse parte da rotina, ela já era, mas era como se sempre tivesse sido. Não teve coragem de dizer nada em todas as vezes que estiveram juntos, sozinhos, mas não acreditava que ela nunca havia percebido. Era simples, seus amigos já diziam que estava escrito na testa, mas ele conhecia bem a distração daquela cabecinha, mesmo assim achava melhor não falar nada, pelo menos por enquanto. Nada era tão certo quanto ele queria, mas ele achava melhor, ela podia também não querer, e arriscar-se era uma possibilidade incogitável. Uma hora ele a perderia, apesar de nunca ter tido certeza que a teve.

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