domingo, 28 de fevereiro de 2010

Como eu quero

Querido,

Você não se lembra da roupa que eu estava quando nos conhecemos, tudo bem, não lembro da sua também. Me esqueci de te dizer que tinha adorado a noite naquele dia, esqueci também de te dar um beijo longo e demorado de despedida. Outro dia fiquei feliz, quando você lembrou-se do tênis que eu estava usando, e quando disse que eu havia acertado e que estava linda.

Eu não me importo com isso ou aquilo, com passado ou futuro, esqueci de fulanos e ciclanos enquanto você dizia que eu continuava linda com minha franja molhada. Confesso que já tinha te visto pelos corredores por aí, devo confessar também que os planos da minha amiga nos apresentar sempre existiram.

Você me mandou um beijo, eu mandei um abraço. E assim começou. Entre beijos, carinhos e conversas te perguntei se você estava feliz, e se quer saber, eu quero pra sempre esse seu sorriso do meu lado, igual o que você deu quando me disse sim.

Atualmente, cinemas, pipocas, brigadeiros, bolinhos, ketchup e refrigerante tem me engordado e me feito feliz. E se quer saber, eu não me importo de continuar engordando com você!

Um Beijo da sua gorda.

Carta de uma pré-adolescente no auge de sua paixão, quando as calorias de um novo amor ainda são lindas.

Para ouvir: Kid abelha - Como eu quero

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tempo, tempo mano velho...


E um dia, depois de muito, muito tempo você se dá conta que acabou. Finais e mudanças são sempre difíceis e exigem sempre uma aceitação que na maioria das vezes nunca é imediata. Nunca vai ser fácil aceitar que a sua melhor amiga do primário mudou, não é mais com ela que você vai ir ao shopping, chegará às 13 horas e poderá sair às 18, já que naquele dia sua mãe havia resolvido aumentar em meia hora seu prazo, por que o cinema seria longo. As duas notas de dez reais que antes davam pro cinema, pipoca, Mc Donalds, e ainda pra tomar uma casquinha, hoje pagam seu cinema, e se você der sorte a pipoca também.

Sua amiga não está mais presente no seu cotidiano, e não te liga mais com tanta freqüência. Você ainda a considera amiga, mas sabe que daqui alguns anos quando se encontrarem no corredor estreito de um supermercado serão apenas conhecidas.

O tempo demora, mas faz sua parte. A dificuldade em aceitar as mudanças só pode ser curada, ou trazida por ele. Depois de certo tempo, é que você vai perceber que falar do seu ex-namorado não te aflige, e nessa hora é que você percebe que ele ser seu ex-namorado é apenas um título que não carrega consigo nenhum sentimento.

Como eu já disse mudanças são difíceis, muitas vezes elas começam sozinhas, sem que possamos perceber, o que faz de sua aceitação ainda mais demorada. Mas a mudança que tem de vir de você, essa sim é a mais difícil, porque você tem de aceita-la antes que ela comece. Você tem que ver os prós e os contras, e saber que tem de fazer o certo mesmo querendo deixar os contras da situação atual, como estão.

Se é difícil aceitar que sua amiga deixou de ser sua amiga há muito tempo, é mais difícil ainda aceitar que sua amiga não é a amiga que você pensava há muito tempo.

Abandonar os brinquedos velhos dói, pela simples lembrança de como um dia eles já nos fizeram felizes. Dói mais ainda abandonar a calça jeans um número menor que você jurou nunca deixar de usá-la.

O número da calça jeans por sorte, talvez um dia volte a ser aquele dos seus 16 anos. Talvez alguns dos seus brinquedos você resolva guardar pra se um dia tiver filhos, e caso eles não venham, poderão alegrar sobrinhos ou primos.

Um belo dia você vai se deparar casada, com dois filhos, se matando pra ter tempo de pensar no almoço e na roupa que tem pra lavar. Você só vai se lembrar do antigo plano de comprar um apartamento na zona sul, de dois quartos, com uma área de lazer enorme, e uma cozinha gourmet em algum dia quando o almoço queimar, ou a máquina de lavar estragar. Mas você vai ver sua casa, seus filhos, suas conquistas, e mandará a máquina para o concerto, ou levará as crianças pro shopping.

Nessa hora você olha á sua volta e percebe que prós e contras sempre existem só nos resta saber, quando e quais deles escolher.

Mas de todo jeito, procure olhar os prós, quanto aos contras deixe que o tempo resolva.

Para ouvir: Pato Fu - Sobre o Tempo

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ragga Drops



No Estado de Minas de hoje no caderno Ragga Drops saiu a definição de "namorado chimpanzé", um trecho do texto Namorado(os) !
Fiquei super emocionada com a repercusão! ( OI? To me achando!)
To famosa Mãe!
HAHAHAHAHAHAHAHA


Obrigada, Bernardo Biagioni do blog Tempos Estranhos!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sem razão


Nos últimos dias andei pensando nos conselhos que ando dando ás minhas amigas. Desde sempre tenho uma visão muito realista quando se trata de relacionamentos, minha mãe diz que é por que amadureci cedo demais, e ela nunca quis me esconder à verdade das coisas. Não que eu seja um guru espiritual quando se trata do relacionamento alheio, mas devo confessar que minhas previsões ainda mais se tratando do comportamento masculino, não costumam errar.

Tentei outro dia aconselhar um amigo que andava realmente sofrendo por amor. É de cortar o coração ver um homem alto, bonito, carismático e gentil, se lamentar por não ser o cara certo para a mulher em questão. Confesso que meus conselhos não foram os melhores, acho que ando entendendo quando os homens dizem que nós mulheres somos muito difíceis. Homens são mais previsíveis.

Uma mulher sabe exatamente quando um cara está levando-a a sério, pelo modo dele agir com os outros, se ele a apresenta como fulana pros amigos, e a larga de lado pra pegar uma cerveja é completamente diferente dele dizer o mesmo “fulana” enquanto a olha com cara de estar diante de um troféu, que ele ainda demonstra quase não acreditar merecê-lo.

Os homens ainda não aprenderam a magia da linguagem corporal, nós mulheres sim. Pode-se perceber o humor de um homem pelo simples gesto de dar as mãos, a mulher não, ela sabe esconder. O problema feminino quando se trata de relacionamentos, vem quando se trata da razão. As mulheres têm o terrível defeito de deixá-la na porta quando resolvem entrar em um relacionamento.

Voltando ao assunto dos conselhos que dei à minha amiga outro dia, eu estava indignada na forma dela ver o próprio relacionamento, sem razão ou lógica nenhuma. Não é culpa dela, gostar do namorado cachorro que ela arrumou a algum tempo, assim como não é culpa dele não saber gerenciar seus próprios sentimentos, um velho problema masculino.

A vontade de manter o relacionamento, fez com que minha amiga se esquecesse das técnicas femininas milenares de conquista. E mesmo com toda minha indignação e dureza na hora de dizer-lhe a verdade, sei que ela desligou o telefone, pensou um pouco e sem que percebesse esqueceu-se de tudo que eu falei, ao receber uma mensagem melosa. Ela se esqueceu de ser difícil na hora da briga, de ser frágil quando perdesse os argumentos, enfim a razão dela tinha ficado do lado de fora da porta ha muito tempo.

Nós mulheres precisamos de um equilíbrio entre razão e emoção, e quando nos esquecemos disso geralmente nos tornamos chatas. Não haveria conquista, charme, sedução, se não houvesse a razão unida à vontade de conseguir o homem desejado.

Os homens também precisam de um pouco de razão quando se trata de gostar, a diferença é que eles a abandonam antes mesmo de passar pela porta do relacionamento, creio que ela fica junto do carro estacionado a uns cem metros dali. Por isso nós mulheres necessitamos ainda mais do nossa lado racional, já que ele é o único que está presente no relacionamento.

Ainda não sei se minha amiga recuperou sua razão, e resolveu utilizá-la para reestruturar seu relacionamento, ou se resolveu deixá-la quieta ao lado do tapete de entrada. Sei que ando me achando racional demais ultimamente, e não acharia nada ruim um tapete escrito “boas vindas” para aconchegar minha razão por uns tempos.