quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Para o final, um ínicio


Enquanto todas as pessoas do mundo criam expectativas para o novo ano. Fazendo listas de metas que nunca serão cumpridas, eu só resolvi parar um pouco para pensar, e fazer o que costumam chamar de balanço geral. Encerrar algo sem nem se lembrar por onde começou, não é algo saudável, quanto mais um ano.É claro que no final desse balanço surgirá uma lista de metas, que talvez eu cumpra, talvez não.
Comecei o ano pensando; “Esse ano será de mudanças”. Pensei nas mudanças que já haviam começado afinal, a matrícula na faculdade já havia sido feita, a minha maioridade batia na porta, e eu estava achando ótimo. Comecei namorando, naquele pensamento de que eu ficaria com ele mais alguns anos. Mesmo com as mudanças evidenciadas, a mentalidade colegial ainda estava na cabeça, e quando pensei em mudanças não sabia que seriam tantas.
Quanto á faculdade, mudei ainda no primeiro mês, e fiquei super feliz. A idéia de ficar com o mesmo cara mais alguns anos sumiu facilmente por circunstancias óbvias, ele não era o cara com quem eu queria estar naquele momento, quanto mais dali ha alguns anos. Resultado; mudei meu estado civil.
E a minha maioridade abriu a porta. Os planos de tirar minha carteira em dois meses foram adiados, por que mais uma vez eu mudei. Mudei a idéia de fazer uma festa de 18, resolvi trocar por uma cirurgia plástica. Uma não, duas. E continuei, ficando cada dia mais feliz com minhas mudanças, desde a mais simples até á mais complexa.
Mudei sem ver, minha maneira de ver o mundo. Conheci pessoas novas, criei amizades novas, renovei as velhas, e melhorei algumas. Esqueci algumas qualidades enquanto me perdia a interminável missão de mudar meus defeitos, mas melhorei.
E quando já deveria estar cansada de mudar, mudei de novo. Esqueci como é ser uma universitária estudiosa, e me joguei na vida de universitária vagabunda, e de novo gostei. Mudei da sapatilha para o salto alto, mas confesso que a sapatilha cansa menos, então mudei de novo.
Descobri que um ano de mudanças pode ser um ano de descobertas, e confesso ter gostado de todas que fiz. Até mesmo a de como é ser loira. O ano não podia terminar sem uma última mudança.
Começo o novo ano não sabendo exatamente às mudanças que virão, mas às espero. Todas as pessoas pedem um ano melhor do que o que passou, pedem mais dinheiro, mais amor, mais felicidade, mais vida. Pedem e sonham. Se me perguntarem o que espero para o próximo ano, não sei ao certo o que responderei.
Não acredito em metas, eu sempre mudo de idéia e não cumpro o plano inicial. Se eu disser que planejo comprar um cachorro, cortar meu cabelo, ter um carro X. No final eu terei comprado um peixe, meu cabelo vai estar do mesmo jeito e meu carro será Y.
Para 2010, eu só quero um ínicio, porque depois eu me viro pra achar um final.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Ah, o natal.


Tempo de abraçar a família, distribuir presentes, esquecer das mágoas, acreditar em Papai Noel e até no coelho da páscoa. Nesses dias ficamos sensíveis, queremos dar presentes a todos, lembramos de caridade, humildade, esperança, e muitos outros sentimentos que nos esquecemos ao longo do ano. Lembramos de como gostamos de castanhas, nozes e pinhão. Temos vontade de comer Chester, bacalhau e até um peru na ceia. Nessa época gostamos das decorações com tons; verde escuro, vermelho, dourado e prata. Saímos às compras, parcelamos tudo em prestações a perder de vista, e no final do dia quando estouramos o cartão de crédito, débito, quando não há folha de cheque ou dinheiro para a gasolina pensamos; “Tudo bem, é natal.”
Perdemos a noção de tempo, não há semanas, dias, horas, há somente, natal e reveillon. Geralmente é a época mais esperada de todo o ano, entramos de férias, esquecemos dos problemas e pensamos apenas no natal.
O trânsito se torna infernal, um trajeto de dez minutos passa a ser feito em 30, mas quem liga? É natal. Os shoppings ficam infernais um mês antes com o inicio das férias, crianças correndo na maratona, cinema, lanche e brinquedos, mães loucas com os filhos na Rihappy enquanto eles pensam no que vão pedir para o Papai Noel. As filas agora com três vezes o tamanho são esquecidas, mesmo assim ninguém se arrisca a ir ao Mc Donald’s no final da sessão de Avatar, já prevendo os sorvetes derramados, os erros no Mc lache feliz e a demora. Ah, a demora. Todos passam a não ligar de ficar horas na fila para pagar as compras afinal, são presentes de natal.
Quem liga em ficar uma hora esperando na fila enquanto segura a boneca com a caixa de um metro e meio na mão, mesmo sabendo que a boneca não tem nem 40 centímetros? Mas olhamos para a boneca no meio da caixa e já prevemos a cara da filha, sobrinha, neta, afilhada, irmã que irá recebe-la.
Ah, o natal.
No final da ceia quando estamos empanturrados de comida, ainda queremos a sobremesa. Enquanto isso alguns abrem o zíper da calça, outros já dormiram, alguns já estão muito bêbados se abraçando, quando você vê uma briga encerrando graças ao espírito natalino já pode prever qual será a próxima.
Quando deitamos a cabeça no travesseiro, ainda lembramos-nos de quando fazíamos isso ansiosos para acordar de manha e ver os presentes no pé da arvore. E nesse momento nos sentimos completos, esquecemos que essa é apenas uma data capitalista, esquecemos das dívidas que conseguimos em um dia, e dormimos, como se de manhã ainda fossemos ver a árvore cheia de presentes.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Da francesa ao Pink Flúor

Uma vez que já comecei a contar certos segredos femininos, acho correto explica-los. Antes que certos homens saiam por ai tentando por conta própria diagnosticar uma mulher pela cor do seu esmalte.
Desde pequena escuto de um dos meus irmãos mais velhos que mulher de esmalte vermelho é horrível, coisa de piranha, vadia, e outros adjetivos mais. Assim, todas as namoradas dele nunca apareceram com um esmalte vermelho, elas se adaptavam e passavam a usar clarinhos e unhas francesinhas para variar. Meu outro irmão mais velho gosta de unhas, sempre me elogia quando elas estão bem feitas, eu estando com elas roxas, cinzas, vermelhas ou com unhas francesas.
A classificação masculina, de que unhas francesas são de mulheres recatadas, comportadas, é na verdade a classificação mais errada a ser esclarecida agora. Não darei uma aula particular e explicativa de história nesse momento, já que com alguns segundos e acesso ao google e wikpédia vocês (homens) podem conseguir informações de época, data e detalhes desnecessários. A famosa unha francesa tem esse nome obviamente por vir da França, mas mais especificamente das mãos das prostitutas francesas. Que passavam um esmalte branco apenas nas pontas das unhas para disfarçar a sujeira acumulada em baixo dela.
Não estou dizendo que toda mulher que faz uma unha francesa seja prostituta, ou use o branco nas pontas das unhas por não saberem limpa-las. Muitas mulheres assim como eu, utilizam-nas por serem bonitas, por serem discretas. Elas são um ótimo recurso para festas, casamentos, ou para o dia-a-dia. Não enjoamos delas como enjoamos de um rosa, e elas não se destacam em ocasiões onde a unha não é o que mais importa.
Confesso ser uma fã indiscutível dos vermelhos. As misturas de tons me fascinam, adoro criar uma cor e explicar a mistura quando me elogiam. É uma arte. Não vou dizer que o vermelho não faça a diferença ou não influencie na opinião masculina. Uma mulher pode passar um esmalte vermelho apenas por gostar da cor, ou por ter planos para a noite. Mas um homem de verdade sabe diferenciar esse tipo de mulher.
Atualmente as mulheres e a moda têm sido mais ousadas, e muitos homens não estão conseguindo se acostumar com isso. Os cinzas, verdes, azuis e cores flúor estão nas mãos femininas para todos os lados. Moda. Se vocês homens não se acostumarem podem ficar tranqüilos, logo logo passa. E os vermelhos, os claros, os vinhos, e as francesas voltarão a reinar.
Enfim homens, nós mulheres pelo menos nossa maioria, damos um valor tremendo para a beleza de nossas mãos. Elogiar em certos casos pode lhe garantir muitos pontos. As cores vão variar de acordo com as personalidades, mas é impossível diagnosticar uma mulher pela cor de sua unha. Não é qualquer mulher que irá passar um vermelho, mas isso não significa que as que só passam esmaltes claros não tenham personalidade.
Não se assustem quanto aos nomes, nós já nos acostumamos com as variações; Beijo, Desejo, Paixão, Café italiano, Bombom, Licor, Gabriela, Gabriele, ameixa, uva, areia, menta, arábia ou armação. As insinuações são muitas, mas não costumam influenciar nas cores.
No momento estou Pink Flúor com um laranja que esqueci o nome. Passei por que gosto da cor, mas isso não significa que minha personalidade seja alegre, louca, divertida, punk. É só que a cor vai ficar linda em contraste com o vestido preto que vou usar mais tarde.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Constelação imaginária

Daqui uns dias eu vou acordar depois de mais um dos sonhos que você aparece. Já deixaram de ser sonhos há muito tempo, viraram pesadelos, e por isso me acordam. Quando eu acordar, vou fazer como sempre faço, vou levantar e pegar um copo de água bem gelada, tão gelada que vão me doer os dentes. Enquanto esqueço da dor, vou me sentar na varanda como sempre faço, vou ficar tanto tempo que a água vai aquecer. Enquanto ela aquece, de novo, fracassadamente, vou tentar achar aquela constelação de nome estranho que você me mostrou um dia. Ela nunca vai estar lá, na verdade acho que você inventou pra me fazer rir, e parecer um pouco mais intelectual. Acho que é por isso que eu queria tanto achá-la.
Vou tentar me convencer a parar de procurar. Mas não vou parar você conhece minha teimosia. Uma hora, como sempre, vou me contentar com o cruzeiro do sul. Com todas as minhas forças, vou ignorar a vontade desesperada de te ligar, de mandar mensagem ou pegar o carro e parar na sua porta. A vontade não vai passar. E eu não vou ter desistido de achar aquela constelação. Pelo simples fato de você ter me prometido que, quando eu olhasse para ela, mesmo que você não estivesse olhando, estaria pensando em mim. Vou terminar de beber minha água, agora quente, vou trancar a porta e voltar a dormir. E você nunca vai saber da existência dessa noite. Assim como não soube de nenhuma das outras.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Querido Papai Noel II

Alfenas, 30 de novembro de 2009


Querido Papai Noel,

você não vai achar normal receber essa carta. Mas achei digno escrevê-la. Devo agradecer-lhe com todas as minhas forças por você ter me concedido o meu pedido com tamanha rapidez. Mesmo estando no último dia do mês de Novembro, o senhor adiantou um dos meus pedidos. E incrivelmente antes de Dezembro já consegui passar no meu exame.
Sei que a parte dos meus calmantes fazerem efeito o senhor não fez questão de cumprir. Mas quanto ao espírito natalino dos examinadores, não posso deixar de comentar. Ele foi muito explícito na hora em que eles insinuaram o bônus de final de ano que os alegraria que comentei com o senhor. A parte de me iluminar sei que o senhor não esqueceu, pois mesmo com a falta de efeito dos calmantes, fiz tudo tão perfeito, que até sem o bônus, passei.
Escrevi mesmo, apenas para agradecer Papai Noel, e para pedir que não se esqueça dos meus outros pedidos. Obrigada Papai Noel. Um bom trabalho nesse mês corrido que está começando.

Um Beijo

Juju

P.S. Caso o senhor tenha um tempinho, se puder contribuir com o espírito natalino do meu pai, seria algo muito bom. Por que carteira sem carro é meio inútil.